As pesadas passadas que fazia rumo ao relvado dificultavam-lhe o andar, tentar limpar a cabeça naquele momento era impossível e sentia o peso do enorme estádio sobre si. E mais incrível de tudo, é que nada o afectava. Até áquele momento. Podia jurar que o olhar que se repetia vezes e vezes sem conta no seu pensamento o obsorvia sem deixar espaço para se encontrar novamente. Tinha de se agarrar a algo, e agarrou-se aos gritos ensurtecedores que se faziam ecoar a cima de si.
Pisou o relvado e deixou-se envolver nos braços da chuva, que mais uma vez lhe baixavam levemente os cachos. Olhou para o céu e pediu protecção. Protecção e orientação. Nada mais lhe convinha naquele momento.
Rubem continuava a olhar para o seu companheiro com desconfiança, conhecia-o como a palma da sua mão e sabia que algo lhe puxava os ombros contra o chão. Mordeu levemente o lábio e pensou em seguir na sua direcção, mas jurava que seria melhor deixá-lo voltar a si, por si só. Até que podia adivinhar o que se passava, mas questioná-lo naquele momento, no meio de milhares de pessoas não seria com certeza o que deveria de fazer.
Dirigiu-se então ao banco de suplentes para matar um pouco os nervos, que lhe pesavam mais do que a sede. E foi então que olhou em frente fixamente, deteve-se no instante a seguir. Reconheceu de imediato a cara que se distorcia de tanta culpa exposta. Era ela.
Sofia congelou quando aquele olhar se depositou sobre si. Levantou-se levemente e respirou o mais pesadamente que podia. Viu Rubem a olhar na direcção de David e sentiu todo o seu corpo contorcer-se com a possibilidade de ele o chamar. Dirigiu-lhe o olhar mais desesperado que alguma vez tinha feito e pediu-lhe, sem palavras, que não o fizesse. Conseguia sentir os seus olhos turvos darem de si, as suas mãos que não lhe obedeciam mais. Rubem quase que lhe podia ler o pensamento, a imagem que deixava transparecer inibia as palavras de serem ditas. Recuou um pouco e voltou para a sua posição, Sofia voltou a respirar e deixou o coração recontorcer-se novamente. Sentou-se e focou-se mais uma vez em David, parecia um pouco mais animado ou pelo menos esforçava-se para isso.
“Longe da vista, longe do coração”
Viu David a esboçar um leve sorriso, afinal ainda não a tinha visto. Talvez fosse melhor assim.
9 comentários:
Que saudades de ler um capítulo teu!
Por muito que demores em postar, compensa sempre e fico rendida à história! Sempre ansiosa por mais e mais, porque a tua escrita é de uma complexidade fantástica! +_+
Quero mais e espero ansiosamente! :)
Beijinhos ^-^
fantastico...
quero mais...
continua
Gosto muito!!!!
Quero mais.
Beijo
Gosto muito!!!
Quero mais.
Beijinhos.
ma
que saudades! continua :D
Olá Sofia!
Encontrei este cantinho agora e estou rendida!
Cada momento desta história é intensa, e isso faz dela fascinante!
Queria ler muito mais, mas reparei que não postas à muito tempo ... :/
Beijinho
Ana SOusa
Nova fic com Samaris e gostavamos que passa-ses la para ver o primeiro capitulo
beijinhoooos
http://aculpaedoamorr.blogspot.pt/
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